“Desde a complexidade abstrata do cubismo, até às pinceladas quase fotográficas do realismo, passando pelas cores intensas do fauvismo, a arte assume diversas formas.
Como amante das ciências exatas (como a física e a matemática), a arte sempre me pareceu algo avassalador e pouco exato, uma área onde existem regras, mas as mesmas podem (e em alguns casos devem) ser quebradas.
Apesar disto, sempre esteve presente na minha vida, desde as ilustrações dos livros que lia, às constantes visitas a museus incentivadas pelos meus pais. Apesar desta relação estranha de longa data, a arte entrou mais na minha vida nos últimos anos através da arte digital, onde vi uma forma de expressar e treinar a minha criatividade.
A minha viagem por esta vertente artística mais moderna começou, como para muitos, através do photoshop, mas enquanto vasculhava por “layers” e mais “layers” de técnicas (como o photobash, a manipulação de imagem, a pintura digital…) deparei-me com uma técnica chamada de Arte Generativa.
A Arte Generativa (Generative Art ou GA) é o ato de gerar um objeto artístico (imagens, vídeos, objetos 3d, música…) através de algum algoritmo. GA geralmente é feita através de programação (em linguagens/bibliotecas como processing, PIL, superColider, Tidal, Blender…), com as quais é implementado o algoritmo que faz com que o nosso objeto seja gerado.
Uma das vantagem do ato criativo na Arte Generativa é que podemos gerar milhões de objetos diferentes em poucos minutos. Por exemplo, podemos criar uma imagem com diversos quadrados desenhados com posições, tamanhos e cores aleatórias, o que nos daria uma infinidade de imagens que podemos utilizar e, até mesmo, mais tarde editar e utilizar noutros programas.
No fundo, a arte generativa é uma ferramenta, que junta as regras da matemática, da lógica, da física e da programação com a criatividade da arte, com a qual artistas podem aprender a programar e programadores podem aprender a criar.
Texto e ilustrações de:
Gonçalo Teixeira, 12.º ano do CCH – Ciências e Tecnologias