O Espaço Memória foi um dos espaços escolhidos para expor alguns trabalhos realizados por alunos do 12.º ano do curso de Artes Visuais durante o E@D. As personalidades portuguesas representadas fazem parte de uma proposta de trabalho da disciplina de desenho.
Mês: Junho 2021
“Pensamentos da nossa cabeça”
Este ano letivo, o tempo que passamos recolhidos em nossas casas convidou-nos ao convívio com nós mesmos e com os nossos pensamentos. A exposição “Pensamentos da nossa cabeça” surgiu nesse seguimento e foi um desafio lançado aos alunos de 9.º ano na disciplina de Educação Visual, realizado no âmbito do Projeto Marka, para expressarmos, à luz do movimento surrealista, os pensamentos, ansiedades ou medos, nos dias de hoje.
Para o desenvolvimento desta proposta de trabalho, todas as turmas de 9.º ano foram convidadas a assistir a uma sessão virtual no Centro de Surrealismo, nas aulas de História, onde foram abordados alguns aspetos da época e do movimento surrealista. Posteriormente, nas aulas de Educação Visual, subordinado ao tema “arte e movimentos artísticos”, os alunos foram desafiados a desenvolverem um trabalho que obedecesse aos conceitos do movimento, com a obrigatoriedade de representarem a cabeça do ser humano e sem quaisquer restrições de materiais e técnicas.
As reações às propostas de trabalho foram positivas e as representações foram muito interessantes de serem observadas. A exposição esteve patente na Galeria L da escola sede no final do ano letivo e deslocou muitos curiosos ao corredor das artes.
Todos os trabalhos que fizeram parte da exposição farão parte de uma publicação que também reunirá os trabalhos desenvolvidos pelos alunos do 3.º ano do agrupamento no âmbito do mesmo projeto.
Arte Generativa
“Desde a complexidade abstrata do cubismo, até às pinceladas quase fotográficas do realismo, passando pelas cores intensas do fauvismo, a arte assume diversas formas.
Como amante das ciências exatas (como a física e a matemática), a arte sempre me pareceu algo avassalador e pouco exato, uma área onde existem regras, mas as mesmas podem (e em alguns casos devem) ser quebradas.
Apesar disto, sempre esteve presente na minha vida, desde as ilustrações dos livros que lia, às constantes visitas a museus incentivadas pelos meus pais. Apesar desta relação estranha de longa data, a arte entrou mais na minha vida nos últimos anos através da arte digital, onde vi uma forma de expressar e treinar a minha criatividade.
A minha viagem por esta vertente artística mais moderna começou, como para muitos, através do photoshop, mas enquanto vasculhava por “layers” e mais “layers” de técnicas (como o photobash, a manipulação de imagem, a pintura digital…) deparei-me com uma técnica chamada de Arte Generativa.
A Arte Generativa (Generative Art ou GA) é o ato de gerar um objeto artístico (imagens, vídeos, objetos 3d, música…) através de algum algoritmo. GA geralmente é feita através de programação (em linguagens/bibliotecas como processing, PIL, superColider, Tidal, Blender…), com as quais é implementado o algoritmo que faz com que o nosso objeto seja gerado.
Uma das vantagem do ato criativo na Arte Generativa é que podemos gerar milhões de objetos diferentes em poucos minutos. Por exemplo, podemos criar uma imagem com diversos quadrados desenhados com posições, tamanhos e cores aleatórias, o que nos daria uma infinidade de imagens que podemos utilizar e, até mesmo, mais tarde editar e utilizar noutros programas.
No fundo, a arte generativa é uma ferramenta, que junta as regras da matemática, da lógica, da física e da programação com a criatividade da arte, com a qual artistas podem aprender a programar e programadores podem aprender a criar.
Texto e ilustrações de:
Gonçalo Teixeira, 12.º ano do CCH – Ciências e Tecnologias
Viajar com poesia
Este trabalho envolveu as disciplinas de Português e de Educação Visual, e as turmas 2, 3 e 4 do 9º ano, com a colaboração da equipa da Biblioteca Escolar (projeto «Ler e Ver»), adotando a metodologia de DAC (Domínios de Articulação Curricular).
Nas aulas de Português, foram selecionados, pelos alunos, e explorados, através de uma leitura orientada, poemas de autores incluídos no Domínio da Educação Literária e outros escolhidos por eles: Almada Negreiros, Camilo Pessanha, Camões, Cesário Verde, Fernando Pessoa, Nuno Júdice, Jorge de Sena, Ruy Belo. Os alunos foram desafiados a imaginar desenvolvimentos poéticos a partir de elementos do paratexto e da mobilização de experiências e vivências; a valorizar a leitura e a consolidação do hábito de ler através de atividades que impliquem, entre outras possibilidades, a realização de percursos pedagógico-didáticos interdisciplinares e o desenvolvimento da sensibilidade estética e artística e a estimular o valor estético do texto poético.
Nas aulas de Educação Visual, trabalharam os domínios da ilustração; da comunicação; do projeto e dos elementos de Linguagem Visual, fazendo uso de técnicas de instrumentos de registo, e de materiais de representação, do reconhecimento do papel do desenho expressivo na representação de formas; no desenvolvimento de tipologias de representação expressiva e de soluções criativas, no âmbito do design (pop-up; 3D), aplicando os seus princípios básicos, em articulação com áreas de interesse da escola.
A Biblioteca Escolar estimulou a promoção do trabalho interdisciplinar, tendo como objetivo a literacia da leitura – colaborando e apoiando atividades desenvolvidas em contexto de sala de aula, visando o desenvolvimento de competências no âmbito da língua e da leitura.
Fruto desta triangulação, apresentamos esta exposição que, mais do que mostrar a sensibilidade estética destes alunos, convida-vos a embarcar nesta viagem com a poesia.
Texto: Júlio Sá e Catarina Sol
(a aguardar a elaboração de um vídeo)