Esteve patente na Biblioteca Escolar Vasco de Carvalho uma exposição desenvolvida no âmbito do Projeto Marka | Surrealismo, em articulação com o Projeto Ver e Ler. Os trabalhos expostos foram realizados na disciplina de Educação Visual, com os alunos das turmas 9º1, 9º4, 9º5 e 9º8, correspondendo ao solicitado no 3.º desafio do projeto Marka. Assim, após um primeiro contacto com algumas técnicas surrealistas, na Fundação Cupertino de Miranda, foi proposto aos alunos a realização de experiências com café sobre papel, recorrendo às técnicas surrealistas, e que a partir destas fossem “construindo” imagens, e integrando outros elementos tais como, passagens de alguns poemas de Mário Cesariny, pedaços de papel e uma fotografia do autor ou autora da composição.
Quem entra na biblioteca da escola sede não consegue deixar de reparar num novo quadro. Trata-se de um trabalho oferecido por um aluno, do 12.º G à nossa biblioteca.
O trabalho foi desenvolvido por Flávio Silva, na disciplina de Oficina de Artes, no exercício “Trabalho de pintura livre a partir de obras e artistas portugueses do SEC XX” e que tinha como objetivo evocar o Passado e a Memória como alicerce do futuro. Neste caso, o aluno foi ao encontro de duas figuras máximas do modernismo português (Fernando Pessoa e Almada Negreiros) que moldaram o tempo e o pensamento contemporâneo.
Para conhecer um pouco mais sobre o(s) quadro(s) nos quais Almada Negreiros retratou Fernando Pessoa consulte aqui.
Proporcionar aos alunos momentos de reflexão sobre o meio que os rodeia, torná-los cidadãos mais interventivos e conscientes foram premissas para o desenvolvimento de trabalhos que compõem a exposição “carvalho alvarinho”, desenvolvida no âmbito do Projeto Cultural de Escola, A tua (P)Arte, e o Projeto Marka – Biodiversidade local: Conhecer para preservar…!
Assim, aceitamos um dos desafios do projeto Marka e partimos à exploração do tema proposto para este ano letivo na área da biodiversidade – o carvalho alvarinho. O projeto prevê a articulação com a disciplina de Ciências Naturais, onde são abordadas questões relacionadas com a preservação e a valorização da biodiversidade local. Nas áreas artísticas quisemos continuar a destacar o património local e por isso julgámos ser oportuno abordar questões que se relacionassem com os têxteis e a cerâmica. O primeiro porque neste concelho predomina este tipo de indústria e o segundo pelo facto da Escola Básica Júlio Brandão ter um número considerável de painéis cerâmicos que acreditamos serem importantes valorizar.
O carvalho alvarinho foi apresentado aos alunos de todas as turmas de 3.º, 5.º e 8.º anos, por Vasco Flores, biólogo do Parque da Devesa, e os alunos iniciaram alguns estudos sobre as suas características, o seu habitat e a importância da sua preservação na nossa região. Com base nesses conhecimentos foi pedido aos alunos dos três anos de escolaridade a realização um trabalho que refletisse o que tinham apreendido nas áreas científica e artística.
No âmbito artístico, no 1.º ciclo a elaboração de trabalhos foi realizada durante as Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC) e permitiu aos alunos a exploração de diferentes materiais riscadores em formas correspondentes à espécie em estudo, com a possibilidade de serem criadas algumas texturas a partir da colagem de diferentes papeis.
De igual modo, aos alunos de 5.º ano, nas disciplinas de Educação Visual e Educação Tecnológica, foi proposta a representação de formas recorrendo à exploração dos elementos da linguagem visual e/ou a sua reinterpretação a partir da criação de azulejos com recurso a desperdícios, como o vidro e o cobre.
Quanto a algumas turmas de 8.º ano, foi proposto desenvolverem pequenos trabalhos de tecelagem onde utilizassem o trapilho (fitas de tecido provenientes de desperdícios têxteis), à semelhança do que alguns artesãos locais desenvolviam com frequência há alguns anos atrás. Os materiais, maioritariamente foram oferecidos por empresas locais. Para esta iniciativa tínhamos previsto uma visita de estudo ao Museu da Indústria Têxtil de forma a proporcionar aos alunos um contacto mais próximo das técnicas utilizadas na tecelagem e do seu património industrial. Este contacto não foi possível devido às incertezas causadas pela pandemia, mas avançamos com outras formas de apresentação. Não faltarão oportunidades.
Este ano letivo, o tempo que passamos recolhidos em nossas casas convidou-nos ao convívio com nós mesmos e com os nossos pensamentos. A exposição “Pensamentos da nossa cabeça” surgiu nesse seguimento e foi um desafio lançado aos alunos de 9.º ano na disciplina de Educação Visual, realizado no âmbito do Projeto Marka, para expressarmos, à luz do movimento surrealista, os pensamentos, ansiedades ou medos, nos dias de hoje.
Para o desenvolvimento desta proposta de trabalho, todas as turmas de 9.º ano foram convidadas a assistir a uma sessão virtual no Centro de Surrealismo, nas aulas de História, onde foram abordados alguns aspetos da época e do movimento surrealista. Posteriormente, nas aulas de Educação Visual, subordinado ao tema “arte e movimentos artísticos”, os alunos foram desafiados a desenvolverem um trabalho que obedecesse aos conceitos do movimento, com a obrigatoriedade de representarem a cabeça do ser humano e sem quaisquer restrições de materiais e técnicas.
As reações às propostas de trabalho foram positivas e as representações foram muito interessantes de serem observadas. A exposição esteve patente na Galeria L da escola sede no final do ano letivo e deslocou muitos curiosos ao corredor das artes.
Todos os trabalhos que fizeram parte da exposição farão parte de uma publicação que também reunirá os trabalhos desenvolvidos pelos alunos do 3.º ano do agrupamento no âmbito do mesmo projeto.
“Desde a complexidade abstrata do cubismo, até às pinceladas quase fotográficas do realismo, passando pelas cores intensas do fauvismo, a arte assume diversas formas.
Como amante das ciências exatas (como a física e a matemática), a arte sempre me pareceu algo avassalador e pouco exato, uma área onde existem regras, mas as mesmas podem (e em alguns casos devem) ser quebradas. Apesar disto, sempre esteve presente na minha vida, desde as ilustrações dos livros que lia, às constantes visitas a museus incentivadas pelos meus pais. Apesar desta relação estranha de longa data, a arte entrou mais na minha vida nos últimos anos através da arte digital, onde vi uma forma de expressar e treinar a minha criatividade.
A minha viagem por esta vertente artística mais moderna começou, como para muitos, através do photoshop, mas enquanto vasculhava por “layers” e mais “layers” de técnicas (como o photobash, a manipulação de imagem, a pintura digital…) deparei-me com uma técnica chamada de Arte Generativa.
A Arte Generativa (Generative Art ou GA) é o ato de gerar um objeto artístico (imagens, vídeos, objetos 3d, música…) através de algum algoritmo. GA geralmente é feita através de programação (em linguagens/bibliotecas como processing, PIL, superColider, Tidal, Blender…), com as quais é implementado o algoritmo que faz com que o nosso objeto seja gerado.
Uma das vantagem do ato criativo na Arte Generativa é que podemos gerar milhões de objetos diferentes em poucos minutos. Por exemplo, podemos criar uma imagem com diversos quadrados desenhados com posições, tamanhos e cores aleatórias, o que nos daria uma infinidade de imagens que podemos utilizar e, até mesmo, mais tarde editar e utilizar noutros programas.
No fundo, a arte generativa é uma ferramenta, que junta as regras da matemática, da lógica, da física e da programação com a criatividade da arte, com a qual artistas podem aprender a programar e programadores podem aprender a criar.
Texto e ilustrações de:
Gonçalo Teixeira, 12.º ano do CCH – Ciências e Tecnologias
Iniciamos o nosso espaço com aquele que foi o primeiro trabalho realizados pelos alunos e tornado público enquanto iniciativa desenvolvida no âmbito do Plano Nacional das Artes.
Nunca as decorações de Natal deram um toque tão especial ao nosso espaço quanto as deste ano! Nos corredores não existe a movimentação habitual, as pessoas não se juntam e o desejo de boas festas é abafado pela máscara. Não soa igual.
Banners de Boas Festas – AECCB/PNA realizados por alunos